Em 2015, a Sony lançou um jogo exclusivo para PlayStation 4 que prometia revolucionar a indústria, mas logo caiu no esquecimento. The Order: 1886 trouxe uma ambientação única e uma narrativa envolvente, mas falhou em capturar a atenção do público a longo prazo. O que realmente aconteceu com esse título? 

A atmosfera e a mistura de realidade com ficção

The Order: 1886 se passa na Londres Vitoriana, um período fascinante que combina história real com elementos de ficção. O protagonista, Sir Galahad, faz parte de uma ordem que protege a população de lobisomens. O jogo apresenta uma mistura de tecnologia steampunk e uma narrativa que remete a lendas, como a do Santo Graal e do Rei Arthur.

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A ambientação é um dos pontos fortes do jogo. A forma como a história é contada, com referências a figuras históricas como Nikola Tesla e Thomas Edison, traz um charme especial. Você pode até visitar o laboratório de Tesla, repleto de invenções. Essa conexão entre o real e o fictício é um dos aspectos que mais se destacam.

A estética cinematográfica

Os gráficos de The Order: 1886 são impressionantes para a época. A estética cinematográfica, com uma tela que parece suja em certos momentos, cria uma atmosfera única. No entanto, a escolha de usar faixas pretas letterbox durante todo o jogo foi controversa, pois limitou o campo de visão do jogador.

A trilha sonora, composta por Jason Graves, é outro ponto alto. Uma boa trilha sonora pode fazer toda a diferença, e essa definitivamente ficou na cabeça de muitos jogadores.

Jogabilidade e problemas de gameplay

A jogabilidade é onde The Order: 1886 começa a apresentar suas falhas. O jogo é um shooter em terceira pessoa, mas a mecânica se resume a andar, escutar diálogos, coletar itens e atirar. Embora a parte de combate seja satisfatória, a exploração é praticamente inexistente. Você não pode melhorar suas armas ou personagem, o que limita a experiência.

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A variedade de inimigos e armas também é reduzida. O sistema de combate, que inclui um mecanismo de mira automática, pode ser interessante, mas a repetitividade das batalhas acaba se tornando um ponto negativo.

O jogo oferece três níveis de dificuldade: fácil, normal e difícil. A dificuldade mais alta é desafiadora, exigindo atenção constante. Os inimigos têm um comportamento que pode surpreender, mas a falta de variedade ainda é um problema.

O maior problema: duração

O maior problema de The Order: 1886 é sua duração. Com cerca de 7 horas de jogo, muitos jogadores sentiram que não era suficiente. A linearidade e a presença de longas cutscenes, onde você apenas caminha e ouve diálogos, contribuíram para essa sensação de que o game não entregou o que prometia.

A narrativa, embora envolvente, deixa a desejar em alguns aspectos. A história é cheia de conspirações e segredos, mas também deixa muitas perguntas sem resposta, criando uma expectativa por uma sequência que provavelmente nunca virá. A ideia de um mundo aberto, com missões secundárias e mais liberdade de exploração, poderia ter transformado a experiência.

The Order merecia ser esquecido?

Na minha opinião, The Order: 1886 não merecia ser esquecido. Apesar de seus defeitos, o jogo apresenta uma narrativa rica e um mundo bem construído. Com algumas correções, poderia ter se tornado um grande sucesso. Infelizmente, a Sony decidiu deixar o jogo de lado, e o estúdio Radon, que o desenvolveu, acabou focando em projetos de realidade virtual.

O jogo vendeu cerca de 15 milhões de cópias, o que não é ruim, mas a expectativa da Sony era muito maior. O investimento foi alto, e o retorno não atendeu às expectativas. Isso resultou em um golpe duro para o estúdio, que praticamente desapareceu após o lançamento.

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The Order: 1886 é um exemplo de como um jogo pode ter um grande potencial, mas falhar em sua execução. Agora, resta sonhar com o que poderia ter sido uma sequência, The Order 1896. Enquanto isso, podemos apenas admirar a Londres linear que o jogo nos oferece e esperar por um futuro melhor para essa franquia.

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